quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sonata ao luar de Ludwig Van Beethoven ("Sonata quasi una fantasia")

A primeira vez que eu ouvi "Sonata ao luar", eu tive um sentimento um tanto estranho. Ao mesmo tempo em que a música me encantava, ela também me pertubava. A sensação que eu tinha (e tenho até hoje) é de que ela quer me desequilibrar, quer me tirar de meu estado confortável para me transportar para um mais incômodo.

Todo esse misto de sensações vai evoluindo junto com a melodia, que começa mais calma e lenta, e pouco a pouco, vai sendo intensificada, passando a remexer em coisas que estão dentro de nós, mas que havíamos esquecido que estavam lá. É incrível pensar que uma música de tantos séculos carregue todo esse poder consigo.É como se ela transportasse os ouvintes para um transe, do qual só se pode sair após o fim da melodia.

Eu não sou uma "expert" em música clássica, mas garanto a vocês que o encontro com essa melodia pode ser uma interessante experiência, mesmo para nós, leigos. Daquilo que li sobre Beethoven e Mozart (que viveram em épocas próximas em Viena), pude perceber o quanto eles foram importantes para a cultura vienense, alemã e de todo o universo musical. Mas é interessante notar, que mesmo havendo um pequeno intervalo entre as composições de ambos, elas acabam sendo um tanto diferentes. Mozart tinha a forte influência iluminista, enquanto Beethoven, trazia o algo mais próximo do romantismo.

Devido à sua infância traumática, Beethoven trazia para sua música traços de toda essa perturbação pela qual passou em sua vida: a violência do pai, a morte prematura da mãe e a surdez precoce. Acredito que seja por isso que ele não pretendia trazer a paz para aqueles que ouvissem suas músicas - diferente do que se pode notar em Mozart - mas tentava passar um encanto perturbador, um sublime obscuro buscando nos apresentar os mistérios mais ocultos que estão entrenhados no íntimo de cada um de nós, mas que não consiguimos enxergar no nosso cotidiano.

Para quem se interessar mais pelo assunto, aqui vão dicas sobre a história do nosso compositor:

Filme "Minha amada imortal" - No qual Beethoven é interpretado genialmente por Gary Oldman.

Livro "A Gruta" de M.R. Menezes - Conta sobre a história de Mozart, Beethoven e sua possível "amada imortal", além do cotidiano de Viena do fim do século XVIII e do início do XIX.

Vídeo do Youtube http://www.youtube.com/watch?v=UIlkKOzIQhA - para se escutar de olhos fechados.

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