quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Para aqueles que maldizem os aspirantes a professores

Tem coisas que só Deus sabe. Ou explica. Ou talvez nem Ele possa. Por que algumas pessoas que são capazes e que até estudam em faculdades renomadas, se acham superiores às outras?

Essas “algumas pessoas” (não todas, por favor. Digamos que fazem parte de uma infeliz minoria) são aquela que fazem cursos que hoje estão em alta no mercado, como administração, economia, comércio exterior, por exemplo. Pois é, elas estão lá porque possuem (ou pelo menos deveriam) uma instrução diferenciada, considerando o país em que vivemos.

Então, um belo dia, uma pessoa dessas, faz a seguinte constatação quando eu respondi que faço faculdade de Letras: “- Que bosta.”. Sim, eu ouvi um sincero e espontâneo comentário desses em alto e bom som, para quem quer que estivesse em volta, ouvisse.

O que me deixa pasma, é que esse ser que pronunciou essas palavras, estuda numa boa faculdade e que para ter chegado até lá, ele passou por diversos professores de português. No ensino fundamental, no ensino médio e se tiver feito cursinho, lá também. Pois é, ou essa pessoa tem um trauma muito grande relacionado à língua portuguesa, ou ela é uma tremenda babaca. Isso mesmo, babaca. E explico porquê.

Os cursos chamados “puros” (como Letras, Matemática, Biologia, Física etc) não estão “na moda” e além disso, são muito específicos, o que não agrada a todos. Ainda assim, é a partir desses cursos que os professores, sejam da escola básica, sejam da universidade, são formados. E são eles que formam a base da nossa educação. Por isso eu os estou defendendo. Não só porque eu sou estudante de Letras, mas também porque eu acredito que a base de uma sociedade respeitável culturalmente, deve vir desde a educação básica, e por isso valorizo os professores (sejam de qualquer matéria ou nível). E se hoje nós fôssemos um país com um nível educacional um tanto mais evoluído, comentários como estes que eu ouvi (e que acredito que tantos outros professores já tenham ouvido), seriam menos freqüentes, ou até, quem sabe, nulos. Talvez essa Deus saiba.

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