sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Leia primeiro este post antes de decidir se gosta ou não de Harry Potter

Todo mundo tem o direito de discordar, mas ninguém tem o direito da ignorância. É com esse objetivo que estou aqui escrevendo esse post. Ninguém é obrigado a gostar de Harry Potter ou ler os livros ou ver os filmes. Mas, em compensação, ninguém pode falar mal sem antes conhecer. Isso é ignorância. Essa idéia, de que você deve primeiro conhecer para saber se gosta ou não de algo, serve pra tudo na vida: livros, jogos, filmes, pessoas, culinária, política, enfim, antes de decidir qualquer coisa, conheça primeiro, porque assim, o seu argumento, seja ele favorável ou não, terá fundamento, e não estará apenas (mal)apoiado na ignorância.

Sabe quando você vai a uma festa fantasiado? Por fora você pode até parecer outra pessoa, mas por dentro, continuará sendo você mesmo. É assim que funciona com a história de Harry Potter. Por fora, você vê bruxos, elfos, duendes e tantas outras criaturas mágicas, varinhas, feitiços, um mundo mágico. Mas por dentro, ou seja, o coração da história, o que se vê é a simples reprodução do nosso mundo. Do mundo que nós vivemos ontem e continuamos vivendo hoje, mostrando que ainda não aprendemos com os nossos erros.

No filme, um batalhão de bruxos quer exterminar os humanos por acreditar que eles sejam a escória da sociedade. Acho que nós já vimos essa mesma história há algumas décadas atrás, com aquele monstro alemão que tentou espalhar a sua perversidade e sujeira pelo mundo utilizando o mesmo argumento. Mas infelizmente nós continuamos a ver essa história todos os dias, através da discriminação, da homofobia, da xenofobia, enfim, de todas essas mazelas que estão constantemente nas manchetes dos jornais mundiais. Ou seja, a autora de Harry Potter não faz nada mais a não ser reproduzir a nossa triste realidade, apenas vestindo-a com uma fantasia diferente.

A busca insaciável pelo poder, a ganância, a soberba, as guerras que matam mais inocentes do que vilões, e todas as nossas outras velhas conhecidas moléstias que assolam o mundo, estão contadas na história do bruxinho de óculos redondo.

As nossas armas que matam com um movimento simples de um puxar de gatilho também estão lá, mas na forma de varinhas mágicas que são acionadas com o sussurro de algumas palavras.

A maldade, que parece tão maior quando vista na tela do cinema, interpretada pelo impecável Ralph Fiennes, é a chaga que a nossa sociedade tem carregado todo esse tempo, que nos deixa doentes, que mata inocentes, que destrói famílias, que deixa o nosso mundo, cada dia mais, agonizante.


Não é por isso que você deve ou não da gostar da saga de Harry Potter. Mas antes de emitir qualquer comentário, conheça o que a história quer realmente passar. Esqueça o mundo mágico, os bruxinhos adolescentes, as criaturas mitológicas. Pense que a história é um alerta para todos nós: nosso mundo está doente e ninguém está se esforçando o suficiente para tentar curá-lo. É a arte imitando a vida. O que difere, no entanto, é que o filme tem um final feliz. Se nós não lutarmos, talvez não tenhamos essa mesma sorte.

Um comentário:

  1. carequinha!!adorei os posts!!!! li esse e o que vc me indicou!!parabens pelo blog:)!vou entrar sempre!beijaooo

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